Enquanto olhava o mar numa tarde fria de um dia qualquer, a palavra melancolia ecoava em minha mente. Melancolia, a maneira romântica de ficar triste. Melancolia, melaaancolia, comecei a dizer em voz alta para mim mesma..

Sempre gostei dessa palavra, ela é gostosa de falar,enrola na língua e vai se alongando até ser dita. Tem gosto de pera doce e macia. Sei la porque..Eu sinto assim.
 O mar estava muito revolto, como se estivesse se sentindo preso ali, querendo ultrapassar aquela faixa de areia e tomar de assalto a rua dos pedestres. Eu sentada no banco de frente me perguntava se o mar teria a força suficiente para chegar até mim, as vezes pensava que ele só estava querendo assustar mesmo.. A força ele tinha, eu sei, acho que só não estava querendo mesmo..
E eu me sentia da mesma forma, mas sem saber se teria a força para me libertar caso quisesse.
Tenho passado meus dias quase sem falar, envolta em meus pensamentos ou tentando fugir deles através dos fones de ouvido ligados no máximo de uma música, ou indo malhar, porque o esforço físico abafa meus pensamentos momentaneamente, ou olhando o mar e procurando escutar o vento. E agora, nesses momentos que não consigo fugir das vozes dentro de mim me perguntando coisas que eu não sei responder, resolvi escrever.
Embora não queria cair na rede do "onde foi que eu errei?.", porque poxa vida, será que a culpa é mesmo sempre minha? Eu sei que para essa pergunta eu nunca terei resposta. E sei que para as outras que martelam na minha cabeça eu não teria a coragem de perguntar em voz alta, até porque o amor próprio que me guia, grita dentro de mim para eu ficar quieta, em silencio e não fazer alarde para a angustia que eu tenho sentido, porque eu sei que passado um tempo, ela vai passar, com ou sem respostas, ela vai passar. Então pra quê expor sua cara a tapa? Pra que tomar alguma atitude impulsiva, na espera de uma declaração de amor, isso não é um filme romântico da sessão da tarde. Finais felizes nunca fizeram parte da minha vida sentimental, pelo menos não no meu mundo real. 
Contra o silêncio não há argumentos e eu sei disso. Tirando o olhar melancólico de todo o acontecido, o fato é que eu fiquei por aqui enquanto o outro foi por ali, e foi se distanciando até esquecer o caminho de volta, ou até encontrar algo mais interessante no outro lugar ou ainda, até não querer caminhar junto comigo.
E fim!