Numa conversa de bar essa semana:
-"Aii amiga, não sei o que faço, vc sabe que eu tenho aquele namorado há anos, ele é bom pra mim, me ajudou muito naquela fase dificil, mas agora parece que as coisas esfriaram, ele não termina comigo, eu não termino com ele, mas sinto falta da paixão.Aí me apareceu um carinha no trabalho, super carinhoso comigo e que fez acender novamente aquela luzinha dentro de mim, e eu já não to me segurando, acho que vou sair com ele, preciso sentir essa paixão novamente.Sentir que to viva..Eu queria ser assim como você, que nunca vi se descabelando por causa de homem, e consegue ficar bem sozinha!"

Epa epa epa falei, você não lê meu blog? Não vê as neuroses que eu passo por causa desses seres?!rs.. Sabe uma coisa que eu aprendi? A não levar esses papos de sentimento tão a sério, não que eu subestime as coisas do coração, mas aprendi ( a duras penas, tenho que admitir) que nenhuma paixão vale tanto sofrimento. Acho que paixão foi feita pra gente se sentir bem, mesmo que de uma forma angustiada, mas ela deve nos fazer bem, então quando uma paixão nos faz sentir um lixo e você começa a passar por cima do seu amor próprio, é mais que hora de pular fora.
Isso pode parecer discurso pronto e fácil de fazer, mas eu sei que não é. Passei por várias fases na minha vida, até conseguir pela 1° vez ser saudavel em minhas paixões. Antes eu vivia por elas, e só me sentia completa quando tinha alguém a quem dedicar uma música, aí eu sofria muito e fiz coisas dos quais me arrependo horrores (porque também detesto quem fala que nunca se arrepende, eu já me arrependi muito nessa vida, fazer o que..), daí eu fui pro outro extremo, não me permitia apaixonar por ninguém, e isso é sim possivel, é só ser bem escrota com alguém que possivelmente você gostaria logo de inicio, daí a pessoa sumia e eu logo me esquecia. Nessa fase, devo dizer, eu realmente não sofria e também não conseguia entender o sofrimento dos outros e cheguei a achar esse papinho meio piegas, mas dentro de mim, naqueles dias chuvosos, na estréia de um filme que eu queria muito ver, ou no meio de uma festa muito chata, eu me sentia completamente só. Foi aí que eu percebi: Preciso gostar de alguém. Mas tenho que fazer isso de forma sensata, até admito que eu sentia falta de sofrer um pouquinho, sentia falta daquela melâncolia inspiradora.
Então eu achei alguém pra me permitir gostar, e lembro muito bem de uma frase que me disse: "Você não ta fazendo joguinhos né?!"  É, eu não estava mesmo, mas isso não significava que eu tinha me jogado de cabeça ou daquela forma louca que as pessoas geralmente fazem, de achar que aquela pessoa é a the one pra você, e você tem que respirar a pessoa, só pensar na pessoa e achar que não pode viver mais sem ela. Não, eu não fiz isso, esse é o caminho mais rápido pro erro e pro sofrimento doentio. Eu me permiti gostar de uma forma mais calma, porém não menos gostosa, e fiquei muito orgulhosa de mim por ter finalmente conseguido isso.
Não deu certo, mas eu não sofri uma dor lascinante como em outros términos. Não me achei o cocô-do-cavalo-do-bandido, não me senti preterida, não achei que a culpa era toda minha, encarei como fatos da vida, falta de sorte, coisas que acontecem. E o que mais me impressionou, eu me permiti sofrer com parcimônia, porque até o sofrimento é gostoso quando você o coloca em seu devido lugar. Lembro que na época eu falava pros meus amigos: To viva! E entre lágrimas eu dava um sorriso e eles me chamavam de maluca! Eu não enchi o saco dos meus amigos, como a gente costuma fazer quando ta sofrendo erradamente. Eu não me tornei neurótica depreciativa (porque minha neura é meu charme, mas não me deprecia..rs) e, principalmente, eu não me arrependi de nadinha! Até minha esposição foi pensada, precisava viver aquilo, pra me desprender, mas sem me humilhar, continuo achando humilhação brega demais. É coisa de gente fraca de espirito, e essas são as pessoas que mais abomino.
Desde então consegui colocar minha vida em ordem, terminei o que tinha que terminar com Big, porque por mais que agora eu tenha finalmente aprendido o Meio de todas as coisas, que eu sempre busquei, nesse caso, já não dava mais pra consertar e consegui perceber isso. Porque um erro que a gente tende a sempre cometer é tentar consertar as coisas com a mesma pessoa. Isso geralmente é fadado ao erro, e a gente fica insistindo e insistindo e isso só causa mais sofrimento, o mais dificil não é viver sem o outro, e sim aprender a hora de deixá-lo ir embora..De não tentar mais, de não encher o saco do outro com a insistência..E também não pode trapacear nessa parada de deixar ir embora, tipo aquela frase, "eu deixo livre pq se for meu, voltará!" Ledo engâno, não volta não. Ou pode até voltar, mas não fique esperando, não se faça notar por joguinhos ridiculos, "aah estava por acaso passando por aqui justo ao lado da sua casa.." Você sabe que não o enganou, e ele sabe que isso foi uma desculpa. Não force situações, também se por acaso encontrar, não finja que não viu. Mas se você acha que não está preparada para encontrar, evite situações onde isso pode acontecer. Se é pra sofrer, sofra em silêncio, e dimensione seu sofrimento, para que ele não se torne maior do que você mesmo..
Isso aqui ta parecendo texto de auto-ajuda..rs! Mas é sério, funciona, eu aprendi assim, e olha pra quem conhece meu histórico de malfadados relacionamentos e me vê agora, sabe que sim!rs..
E agora vai uma neurose, só pra não perder o espirito desse blog:
To com um problemão. Esqueci umas coisas na casa do falecido e queria ir muito buscar. E não, não foi uma desculpa que usei pra poder voltar lá, antes fosse. Eu realmente esqueci, e agora to nesse dilema, ir ou não buscar? Porque ele provavelmente vai pensar que é desculpa..Ai ai ai!!!! Quando eu conseguir passar uma semana sem ter uma neurose vou ter finalmente evoluido!
XoXo!

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